Sonamarg ou Sonmarg, é uma pequena cidade e estação de montanha nos Himalaias, localizada no distrito de Ganderbal, na Caxemira, norte da Índia, e o seu nome significa "Prado de Ouro" (Meadow of Gold). A cidade fica distante 87km de Srinagar, a capital de verão da Caxemira (cerca de 3 horas de carro).
Com altitude de 2.740m, Sonamarg é cercada por geleiras deslumbrantes, prados belíssimos, rios e lagos de águas muito claras. A cidade já foi portão de entrada na antiga Rota da Seda, que ligava a Caxemira com a China e outros países do Golfo.
O trajeto até o topo foi feito numa caminhonete especial e a belíssima paisagem foi se revelando em cada curva. Na foto acima, um pastor e suas ovelhas, cena muito comum em todo o Vale da Caxemira.
O Rio Sindh, que serpenteia as montanhas através do vale, possui águas transparentes, oriundas do degelo e peixes em abundância, especialmente trutas.
O acesso às montanhas é aberto a partir de abril e permanece assim apenas em poucos meses do ano, pois durante o inverno, devido às fortes nevascas e risco de avalanches, é praticamente impossível chegar até lá.
A estrada, assim como o rio, também serpenteia as montanhas e é bem rústica. Em alguns pontos, há passagem para apenas um veículo por vez, enquanto os outros aguardam pacientemente a sua vez.
A neve desliza pela montanha e cruza a estrada em um enorme tapete branco, por isso, precisa de permanente vigilância e de máquinas para abrirem o caminho.
As máquinas sempre em constante e árduo trabalho para remover a neve...
Paredões de gelo em ambos os lados e caminho aberto pelas máquinas.
Eu visitei Zero Point no início de junho, já praticamente verão. Chegou a nevar enquanto eu estava lá e passei muito frio mesmo, pois não fui o agasalhada o suficiente para encarar aquele clima abaixo de zero. No mesmo período, em Delhi, a capital da Índia, a temperatura beirava os 50ºC, derretendo até asfalto.
Alguns trabalhadores acampam à beira da estrada.
O lugar é muito procurado para trilhas e caminhadas, além da prática de esqui. Os picos de neve e as regiões montanhosas onduladas são perfeitas para a prática de trekking. São inúmeras trilhas, desde as mais simples até as mais desafiadoras.
Estes homens, por exemplo, parecem ser pastores ou pessoal que trabalha na estrada.
Esta área é rigorosamente vigiada pelo exército da Índia, com soldados fortemente armados em todos os lugares.
O exército patrulha toda a região em grandes comboios.
Depois da guerra de Kargil (conflito armado contra o Paquistão, em 1999), houve a implantação pesada do exército indiano.
Neve por todos os lados!
Em determinado momento, o sol até ensaiou uma aparição triunfante. Mas deixou a montanha com cara de bolo de chocolate com chantilly e desapareceu em seguida.
Alguns corajosos se arriscavam a passear e a brincar na neve!
O clima estava tão frio naquele dia que logo afugentou logo os poucos visitantes que foram até lá.
Cadê todo mundo?
Depois de nevar, começou a esfriar demais e a ventar muito. O vento parecia uma navalha afiada, a sensação era de que ele iria cortar mesmo a minha pele.
Passei tanto frio que até me perguntei: o que que eu estou fazendo aqui?
Nesta panela de ferro com brasas, estavam assando milho e eu aproveitei o calorzinho das brasas para trazer meus dedos de volta à vida!
Não consegui me aquecer e tive que me "refugiar" dentro da caminhonete.
Como o frio só estava piorando e as poucas barracas com comida e chai começaram a fechar, decidimos ir embora também.
Durante a nossa descida, o colorido dos caminhões Tata pela estrada foram um espetáculo à parte. Isso só se vê na Índia!
Homem das montanhas com roupas típicas (e apropriadas para o frio)...
Na parte mais baixa, apesar de frio, não ventava tanto e era bem mais suportável. Este cavalo estava literalmente "caçando" um pouco de grama entre tantas pedras.
A montanha impõe sua presença e nos faz sentir do tamanho de uma formiga!
A Zero Point foi a montanha mais rústica e sem infra estrutura e também onde eu passei mais frio e fome. Pouca gente, poucos recursos, muito frio, muita neve e onde eu me senti mais pertinho do Criador, pois lá, a mão do homem pouco conseguiu interferir!
Lugar bem inóspito, mas belíssimo! E se eu não dissesse que era na Índia, você identificaria como tal?
Beijos,
Ana Maria